“Sabe,
donna, o que eu gostava era de sair daqui, viajar, conhecer outros lugares.”
Estamos num tranquilo pátio veneziano. Um poço grande,
roupas estendidas ao vento como bandeiras venezianas. E ela, de bata azul,
sentada num banco.
“P’rali,
por exemplo”, apontando para uma toalha do Brasil. “O meu único irmão foi para
lá, em novo. Viveu carnavais e futebóis, lutou pela vida e por lá acabou por
morrer, sozinho, esquecido.”
“Patetices
de velha”, acrescentou depois de engolir a saudade. “Se ao menos aquele poço
fosse um poço dos desejos...”
As
bandeiras tibetanas pararam de dançar e o poço branco mudou de côr, vestiu-se
de Arlequim.
Foi
a sorrir que lhe estendi uma moeda dizendo:
”Quer
experimentar?”
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