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domingo, maio 01, 2011

Chez les Bretons: Londinium

Sempre disse que Londres não me seduzia, que à cidade faltavam alma e encanto, que os habitantes eram amorfos. O interesse em lá regressar não era muito e foi quase com a sensação de ir cumprir um dever que, no caminho para Kent, decidi ficar por lá alguns dias.

Londres estava em obras, a enfeitar-se para os Jogos Olímpicos que acolherá em 2012 e para o casamento real que se realizaria dali a um mês ... e estava linda!
Calor, céu azul e a Primavera a deixar parques e jardins com ar de telas impressionistas, gente simpática, disponível.

Afinal ... reconciliei-me com a cidade. Já não era sem tempo!

sexta-feira, abril 15, 2011

May the Knowledge be with you

São pretos, distintos e um ex-libris de Londres. São os black cabs, os táxis londrinos conduzidos por verdadeiros aristocratas da estrada. Para ter o direito de se sentar ao volante de um deles é preciso "The Knowledge", uma espécie de "Force" da Guerra das Estrelas, o exame que culmina 40 meses de aprendizagem. Mais de 3 anos para adquirir um conhecimento íntimo de todas as 25.000 avenidas, ruas, vielas e becos que se encontram num círculo com 6 milhas de raio e centro em Charing Cross. E 320 caminhos de, para e entre os sítios mais populares da cidade, conhecer os semáforos, a sequência dos hotéis numa avenida. Aprendem mnemónicas como "Little apples grow quickly" que dá a ordem dos teatros do lado norte de Shaftesbury Avenue: Lyric, Apollo, Gielgud e Queen's.

Dizem que aprender um trajecto é como decorar cada palavra da letra de uma canção, e não é invulgar vê-los de bicicleta ou motorizada, com um mapa preso ao guiador, a percorrer cada rua, a tomar notas, fixar pormenores.

Estudos credíveis mostram que os motoristas de táxis londrinos têm certas zonas do hipocampo mais desenvolvidas devido ao esforço de memorização, que revelam capacidades de orientação semelhantes às das aves migratórias e que batem em bom-senso, eficácia e conhecimento qualquer GPS.

Mas hoje muitos dos black cabs perderam o ar distinto que a pintura lhe dava e cobrem-se de cores e propagandas tão diversas como um museu, férias em praias de sonho ou uma marca de roupa.

Patrick, que encontrei em Earls Court acolhe o meu pedido para o fotografar com um ar a condizer com o aspecto texano: enorme e descontraído.
De Portugal, onde já esteve, não se lembra muito mais do que das noites do Algarve e "lots of good beer!Ah ah ah!"

O tempo dos taxis pretos e dos aristocratas do volante se calhar já passou...

quinta-feira, abril 14, 2011

Fotografias dos gorilas

O álbum com uma selecção de imagens do workshop Gorilas está visível aqui ou a partir do link "Felinos e Gorilas", à direita, em Álbum de Fotografias.

sábado, abril 09, 2011

Jogar às escondidas


"Se eu não te vejo tu também não me vês!" parecem pensar os enormes gorilas quando se escondem atrás de umas folhinhas que lhes tapam os olhos deixando a descoberto o corpanzil.

Fazem-no sempre cometem alguma traquinice como quando olham para nós, agarram um pau, viram-nos as costas com ar aparentemente desinteressado e ... zás, o pau é disparado na nossa direcção.

Fazem-no também os mais jovens quando são intimidados por um macho dominante que se apoia nos 2 pés para mostrar tamanho e impôr respeito.


quinta-feira, abril 07, 2011

Bate coração

"Em Inglaterra?!?!" perguntaram, espantados, os amigos quando lhes disse que ia fotografar tigres e leões. E, sim, em Inglaterra, no Big Cat Sanctuary no condado de Kent. A reserva, que não está aberta ao grande público, trabalha num projecto de âmbito alargado que permite refrescar geneticamente os parques animais da Europa, Ásia e América. Os felinos, de linces e servais aos majestosos leões, estão em recintos suficientemente grandes para que possam andar e correr.

Para além das grades que os limitam ninguém passa, nem mesmo os tratadores. Entrar no santuário só por pedido ou em situações especiais como foi o workshop em que participei. Nunca tinha estado tão perto de grandes felinos. Tão perto que pude passar o dedo, rapidamente e ao de leve, pelo flanco de um leão e pela barriga de um leopardo das neves. Tão perto que tínhamos de ter cuidado com o sítio onde apoiávamos as mãos, de estar prontos a recuar rapidamente sempre que fosse necessário.

E assim passámos um dia inteiro ao lado de leões, tigres, pumas, leopardos, linces e servais que nos olhavam umas vezes indiferentes, outras irritados.
Pela nossa parte cumprimos o objectivo e o som mais ouvido era o click do disparador das máquinas fotográficas.

Vimos a agilidade de um puma (click), a doçura (aparente?) dos leopardos das neves, a raiva da pantera negra (click), a agressividade de alguns, contra nós (click) ou entre les próprios (click, click, click), o olhar azul de um tigre branco (click).

Espreitar a oportunidade, enquadrar , focar, disparar. Click, click.
Trocar de lente, modificar os ajustes da máquina. Click, click, click.
Ligar o flash para aquele brilhozinho nos olhos. Click, click.
Saltar para trás à ordem "Back! NOW!!"

E regressar ao click, click das máquinas que já se confundia com o bater do coração.

terça-feira, abril 05, 2011

Gorilas

O nome científico, gorilla gorilla gorilla, parece um grito de desespero lançado por alguém que tenha inesperadamente encontrado um impressionante animal, emergindo da floresta densa, impondo respeito com urros e pancadas violentas no peito.
Errado! O nome vem da palavra grega gorillai, que designa "tribo de mulheres peludas" pois foi isso que o navegador cartaginês Hannon pensou que fossem.

Apesar do porte imponente e do ar ameaçador são, geralmente, pacíficos e, por isso mesmo, presas fáceis de caçadores furtivos. Polígamos, vivem em grupos liderados por um macho dominante, de dorso prateado, que é senhor absoluto do seu harem.

Essa supremacia e a ausência de competidores que os obriguem a lutar pela conquista das fêmeas é patente no desenvolvimento genital.
E se é certo que tamanho não é qualidade, não deixa de ser bizarro que um corpanzil de quase 2 metros e 200 quilos esconda, literalmente, um pénis que nos momentos de euforia não passa de 3 cms.




quinta-feira, março 31, 2011

Don't run, whatever you do

My arms were already raised, making me look bigger. I turned to the lions showing that I had forward-fancing eyes, like them and all the predators. I tried to roar, but as always what came out was more of a pathetic whimper.
They were bouncing stiff-legged, getting incrementally closer and stopped when they were about 20 feet from me.


[...]
I took a step back. They came again.

They charged.
They ran past, close enough for me to reach out a hand and touch them, before I could even register that they weren't going to hit me.

[...]
At the vehicle I finally turned. Somehow all seven japanese had squeezed onto the seat at the backside of the vehicle (designed for three). Spiirubaagu had his video camera hanging loosely in his hand, lens cap on, a look of displeasure on his face.

[...]
As I staggered into my seat, wanting to cry and scream, he spoke:
"I'm sorry, but I wasn't able to get that the first time. Would you mind doing it again"?



Peter Allison
in Don't run, whatever you do



segunda-feira, março 28, 2011

Gatinhos...


Entre eles e nós não havia distância, apenas grades suficientemente largas para que por elas conseguíssemos passar a lente da máquina ou tocá-los com um dedo. Suficientemente largas para que eles pudessem arrancar esse dedo ou passar uma pata e rasgar um braço. Não o fizeram mas não deixaram de mostrar o que poderiam ter feito, destruindo uma manga de um braço que não se afastou a tempo, banhando alguns com jactos de urina.