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quarta-feira, janeiro 28, 2015

Lalibela



"Chegamos finalmente a Lalibela, cidade santa, a Jerusalém negra. Estamos no planalto etíope, uma montanha talhada por um golpe divino a 2500 m de altitude. [...] Na segunda metade do século 12 esta aldeia era uma grande cidade chamada Roha. Nesse tempo nasceu um menino e, um dia, a mãe encontrou-o a dormir tanquilamente no berço rodeado por um enorme enxame de abelhas. Não se assustou pois sabia que os animais reconhecem os homens fora do comum. Chamou-lhe Lalibela, que significa "as abelhas reconhecem um soberano".

 

Harbay, o jovem soberano destinado pela linhagem, não podia aceitar que um enxame de abelhas lhe estragasse o futuro. Quando Lalibela fez 19 anos foi expluso de Roha e refugiou-se em Jerusalém, ficando por lá durante 25anos. Quando regressou, Harbay, que não esquecera o significado daquele nome, ordenou que lhe dessem um poderoso veneno.

 
A letargia durou 3 dias mas Lalibela voltou a si e contou a visão que tivera e as ordens que deus lhe dera: tinha de construir muitas igrejas, semelhantes às que vira em Jerusalém, e estas deveriam ser separadas por um rio, o Jordão. Harbay teve medo e, perante a grandiosidade do milagre, pediu perdão e abdicou.

 
Foi assim que Lalibela reuniu arquitetos, marceneiros e pedreiros que trabalhavam todo o dia, enquanto bandos de anjos os substituíam durante a noite. A "Cidade Santa" nasceu no meio dos desfiladeiros e das  montanhas mas, em vez de se erguer em direção ao céu, foi escavada na pedra. centenas de homens abriram as montanhas e escavaram túneis, rasgaram e entalharam janelas, esculpiram colunas na própria rocha e interligaram tudo com um labirinto de galerias, para esconder as igrejas dos muçulmanos."

Marco Steiner
in prefácio de Corto Maltese - As etiópicas




quarta-feira, dezembro 24, 2014

Viagem no tempo


Daqui a umas horitas parto rumo à Etiópia, destino há muito desejado. Parto na madrugada de 25 de dezembro de 2014 e  aterro em Addis Abeba um dia depois, a 17 Thahsas de 2007, uma viagem no tempo e no espaço em companhia de Rimbaud, Corto Maltese e Manuel João Ramos, cujas páginas revisitei com redobrado prazer.
No Mochila às Costas estão já preparados posts que diariamente vãodando conta do que ando a fazer e por onde.

Um bom natal para todos e até dia 26 Tahsas de 2007.