Os três romenos entretinham-se em filmes e fotografias e Guiliana deixou que os pensamentos acompanhassem o deslizar da gôndola.
Estava
diferente nesse fim de tarde, mergulhada numa inquietação que já não sentia há
muito. Desde
pequena que o barco era o seu mundo; tentara, e conseguira, ser a primeira
gondoleira. E era precisamente a ansiedade desconfortável do primeiro dia, que
sentia hoje.
Passaram
pela ponte delle Meraviglie e Giuliana olhou por acaso para a fondamenta junto
à Cantine del Vino gia Schiavi onde um pequeno grupo saboreava o fim da tarde
num copo de prosecco .
Luigi
o único homem a quem amara verdadeiramente, estava entre eles, a conversar,
vestido de negro, um rectângulo branco a interromper a severidade do hábito.
Os
sinos descontrolados pareceram suspender uma meia badalada mas, quando
recuperaram o ritmo, a remada tornou-se enérgica e, para alegria dos romenos,
Giuliana entoou um sentido “Ó sole mio”.
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