Tivesse eu 11 anos e também andava como eles, a pular de máquina em máquina, a brincar aos irmãos Dalton e a assaltar comboios com a miudagem da família.
A isso convidam as carcaças das velhas locomotivas da era do vapor que se amontoam e enferrujam nos arrabaldes de Uyuni, num sítio a que os turistas chamam Museu dos Caminhos de Ferro e os locais, mais prosaicos e sem perceber o interesse dos primeiros, conhecem como o Cemitério dos Comboios.
Mas se a idade já não permite brincadeiras como as dos rapazitos que encontramos pude, pelo menos, satisfazer um desejo de há muito: deitar-me na linha qual donzela amarrada aos carris a olhar desesperada para o comboio fumegante que se aproximava e a ser salva, no último instante, pelo charmoso cow-boy.
Bom... trem a aproximar-se a alta velocidade não havia e, talvez por isso, só por isso, nenhum herói apareceu para me resgatar.
Algum fétiche que deve morar no fundo do meu inconsciente pois, como as fotos que se seguem demonstram, os carris devem ter para mim um "je ne sais quoi".
E como se não bastasse foi num cenário decorado com motivos de gares e comboios que terminámos o dia, à volta de um bife de lama com roquefort e uma refrescante caipirinha.
Terá sido por isso que acabámos a noite a dançar nas ruas com um grupo local que ensaiava para a festa?
(Post dedicado à "ferroviária" MLee)
A isso convidam as carcaças das velhas locomotivas da era do vapor que se amontoam e enferrujam nos arrabaldes de Uyuni, num sítio a que os turistas chamam Museu dos Caminhos de Ferro e os locais, mais prosaicos e sem perceber o interesse dos primeiros, conhecem como o Cemitério dos Comboios.
Mas se a idade já não permite brincadeiras como as dos rapazitos que encontramos pude, pelo menos, satisfazer um desejo de há muito: deitar-me na linha qual donzela amarrada aos carris a olhar desesperada para o comboio fumegante que se aproximava e a ser salva, no último instante, pelo charmoso cow-boy.
Bom... trem a aproximar-se a alta velocidade não havia e, talvez por isso, só por isso, nenhum herói apareceu para me resgatar.
Algum fétiche que deve morar no fundo do meu inconsciente pois, como as fotos que se seguem demonstram, os carris devem ter para mim um "je ne sais quoi".
E como se não bastasse foi num cenário decorado com motivos de gares e comboios que terminámos o dia, à volta de um bife de lama com roquefort e uma refrescante caipirinha.
Terá sido por isso que acabámos a noite a dançar nas ruas com um grupo local que ensaiava para a festa?
(Post dedicado à "ferroviária" MLee)
3 comentários:
Mais um post brilhante e de leitura deliciosa!!!
Adoro viajar na tua mochila!!! Este blogue tem para mim um "je ne sais quoi"!!! LOL
P.S. - Graffiti muito apropriado.
Tant que l'esprit d'enfance reste là, tout va bien ! Quel est le fantasme assouvi ? Nul le sait !
;-)
Et qu'il était bon ce steack de lama au roquefort avec la caipirinha !
Espectacular!
Belas brincadeiras que davam para se fazer nesses comboios!
Quando andava nos primórdios destas lides, encontrava-me em cima de uma ponte ferroviária, e pensei "por aqui não passam comboios!" - daí a uns tempitos ouvi o apito de uma locomotiva... a passar sobre o rio kwai!
Pois é, as linhas têm muito que se lhes digam :-)
Gostei igualmente, da parte do bife, do roquefort, da caipirinha então! - isso é que é festa! ;-)
Não posso deixar de fazer uma pergunta, passavam comboios na linha em Madagáscar?
Miúda, Adorei o post!
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