quinta-feira, junho 10, 2010

Acima do Monte Branco

Três horas da manhã. As pancadas na porta acordam-nos de uma noite curta e pessimamente dormida num pardieiro miserável, paredes meias com o gerador do albergue que durante as primeiras horas embalou a nossa insónia. Gelados, equipamo-nos para a subida do vulcão Licancabur.

Somos o último grupo a chegar à "sela", a depressão que o Licancabur forma com o seu vizinho. Dos outros só vemos uma procissão de luzinhas que sobe a encosta desenhando para nós um carreiro íngreme, muito íngreme.

Iniciamos a marcha. A inclinação, que não anda longe dos 45º, o vento, a temperatura e a altitude são dificuldades que o solo que pisamos acentua. O carreiro é feito de pedras vulcânicas, soltas, que deslizam sob os nossos pés e nos fazem resvalar, tornando a progressão muito difícil.
Três passos para cima, dois que escorregam para baixo. Paramos a cada dez metros para recuperar do esforço.

"Já ultrapassámos a altitude do Monte Branco!", exclama Christophe, olhando para o altímetro que marca 4660 metros.
No alto, a 5960m, os poucos que lá chegam têm a recompensa de uma inesperada lagoa que enche a cratera de cor. Mas para nós basta-nos o panorama de outra lagoa, a Verde, que molha os pés do vulcão e orienta a nossa descida.

(Agosto de 2004)

1 comentário:

Nicole disse...

Monumental Licancabur. Sur les routes empruntées, il s'impose déjà de loin à nos yeux, il nous nargue, il nous attend, imposant. Et qu'il est dur à conquérir ! Les eaux froides et secrètes de son cratère abritent une microflore et une microfaune extraordinaires.