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A reserva de Kirindy, a sul de Bemaraha, não mudou muito desde a minha primeira visita, em 2003. As "casas de banho" continuam abjectas, o duche é, literalmente, um balde de água fria. Lá estava a réplica de um templo sakalava e as suas esculturas demasiado explícitas para poderem ser aqui mostradas, os muitos lémures diurnos e nocturnos incluíndo o minúsculo
Microcebus, 50 gramas de "gente", que nos olhava com o ar espantado de quem foi bruscamente acordado.
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Mas o prato forte, porque inesperado, aconteceu não numa exploração da floresta mas à noite, no regresso de uma incursão higiénica. Ao recolher ao dormitório um vulto escuro, furtivo, chama a minha atenção. Custa-me a acreditar no que vejo: corpo atlético, a meio caminho entre o gato e o cão, uma cauda que parece não acabar, à minha frente está um
fosa!
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É o maior carnívoro de Madagáscar, dificílimo de encontrar em ambiente natural. Bom trepador, a sua longa cauda ajuda-o a manter o equilíbrio quando salta de árvore em árvore para caçar os lémures de que se alimenta.
Em liberdade existem menos de 2000, o que justifica a sua entrada na lista dos animais em perigo de extinção. Vê-lo foi, sem dúvida, um momento de rara sorte!
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