sábado, julho 26, 2008

Aye-aye, o rapaz do dedo mágico

Junto ao parque de Montagne d Ambre um grupo de pessoas chama a nossa atenção. Transportam um aye-aye, morto, pendurado na extremidade de um pau. Mesmo sem vida é um animal assustador: uma face vampiresca de onde sobressaem dois incisivos enormes, dedos descarnados e um deles enorme, desproporcionado e curvo, que utiliza com maestria para retirar larvas e insectos dos buracos dos troncos, para beber o leite dos cocos.
Apesar de inofensivo e protegido por se encontrar em vias de extinção, os aldeões não hesitam em o matar, não para comer mas por o considerarem arauto da morte e da desgraça, evitando assim que a maldição caia sobre a aldeia. Depois de morto é transportado para outra aldeia e finalmente entregue aos cuidados de um feiticeiro que aproveita o 3º dedo, mágico, para o bem ou para o mal.

"Os seus olhos flamejantes, perfeitamente redondos, hipnóticos, as orelhas em forma de colher mexiam em todos os sentidos como antenas parabólicas, os bigodes brancos sondavam o ar com tremores de detector enquanto as mãos negras, com dedos de uma magreza extrema, o 3º prodigiosamente alongado, batiam na casca de um ramo à medida que avançava, como um pianista executando um trecho difícil de Chopin.
Duas lâminas em bisel saiam do seu maxilar proeminente (os incisivos não cessam de crescer). Parecia o gato negro de uma bruxa de Walt Disney."
George Durrell
in, The aye-aye and I

Dois pequeno videos sobre com aye-ayes vivos: vídeo 1 (Sky News) e vídeo 2 (onde se pode ver o 3º dedo em acção).

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