
Alvorada às 5h30m para a partida para os Grandes Tsingy, uma das razões do meu regresso a Madagáscar. Comparados com os pequenos Tsingy, por onde andámos ontem, estes são outra coisa. Há que começar por colocar o arnês, aprender a técnica de prender e soltar os mosquetões com uma só mão, enquanto a outra se agarra a qualquer coisa. O caminho é muito, muito mais difícil que o da véspera. Íngreme, com muitos pontos onde é tranquilizante a segurança do arnês, subidas difíceis onde a força de braços é necessária.

Mas o piso é seguro, as rochas, apesar de cortantes, permitem um bom apoio tanto dos pés como das mãos. Subimos, trepamos como macacos, andamos por entre passagens estreitíssimas onde só cabemos de lado e sem mochila, quase que rastejamos em grutas de altura reduzida. É um percurso assombroso, com subidas e descidas a pique, com escadas na vertical, com pontes suspensas que percorremos um a um, para evitar trepidações. Magnífico! As rochas cinzentas, afiadas, envolvem-nos, desafiam o nosso equilíbrio, as nossas forças. Cada passo é estudado, a concentração é indispensável.

Nos miradouros atingimos o topo da floresta de pedra, estamos acima da superfície vasta de lâminas inzentas. Depois, uma descida impressionante leva-nos até ao solo. 70 metros de subida a pique seguida de uma descida vertiginosa. Uau! E no final, já na zona de floresta tropical que rodeia os tsingys, a recompensa do nosso primeiro lémur.

Mesmo que não houvesse outros, nem que fosse só por este dia, o regresso a Mada valeu a pena!