Diz o meu fiel Lonely Planet que aqui vivem cerca de 500 pessoas. Seja. Mas... onde estão? Quinhentas almas e não vemos uma única. Até a Igreja de São Francisco que nos propomos visitar, uma das primeiras construídas no Chile, com uma mistura de traços coloniais e atacameños, está fechada.
O tempo vai passando... Releio o guia que conta que Chiu Chiu, onde estamos, era um ponto de passagem obrigatória no Caminho Inca, que a confluência de dois rios lhe dá a benção de um pouco de verde e frescura no deserto castanho de Atacama, que as paredes da igreja são feitas de adobe, cobertas por uma mistura de lama e palha. Que lá dentro há uma curiosa pintura da Paixão de Cristo e um cruxifixo de braços que se dobram para ser mais facilmente transportado.
Podemos ver o exterior, banhado pela luz dourada do final do dia, admiramos o portão feito de madeira de cacto mas o interior continua inacessível. Finalmente os passos apressados de alguém que se aproxima. É Soledad, uma matrona baixa e forte como o são as atacameñas, que chega e nos explica que as restantes almas do poblado estão no cemitério, a prestar homenagem a outra alma.
E o que a trouxe tão apressada? Um cão, um cachorro sem nome que na pressa deixou encerrado no local de culto. Foi o receio de que o canídeo pudesse conspurcar a igreja que a fez abandonar o funeral, e, já que estava ali, porque não aproveitar para nos deixar dar a olhadela há tanto aguardada?
Gracias Soledad, gracias perrito sin nombre.
O tempo vai passando... Releio o guia que conta que Chiu Chiu, onde estamos, era um ponto de passagem obrigatória no Caminho Inca, que a confluência de dois rios lhe dá a benção de um pouco de verde e frescura no deserto castanho de Atacama, que as paredes da igreja são feitas de adobe, cobertas por uma mistura de lama e palha. Que lá dentro há uma curiosa pintura da Paixão de Cristo e um cruxifixo de braços que se dobram para ser mais facilmente transportado.
Podemos ver o exterior, banhado pela luz dourada do final do dia, admiramos o portão feito de madeira de cacto mas o interior continua inacessível. Finalmente os passos apressados de alguém que se aproxima. É Soledad, uma matrona baixa e forte como o são as atacameñas, que chega e nos explica que as restantes almas do poblado estão no cemitério, a prestar homenagem a outra alma.
E o que a trouxe tão apressada? Um cão, um cachorro sem nome que na pressa deixou encerrado no local de culto. Foi o receio de que o canídeo pudesse conspurcar a igreja que a fez abandonar o funeral, e, já que estava ali, porque não aproveitar para nos deixar dar a olhadela há tanto aguardada?
Gracias Soledad, gracias perrito sin nombre.