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domingo, dezembro 28, 2008
sábado, dezembro 27, 2008
sexta-feira, dezembro 26, 2008
quinta-feira, dezembro 25, 2008
quarta-feira, dezembro 24, 2008
terça-feira, dezembro 23, 2008
segunda-feira, dezembro 22, 2008
domingo, dezembro 21, 2008
sábado, dezembro 20, 2008
sexta-feira, dezembro 19, 2008
O ponto mais alto
Às vezes os números enganam. Se os 6310 metros do Chimborazo parecem poucos ao lado dos 8848 m do Everest, mude-se a origem do referencial e o vulcão ganha o estatuto do ponto mais afastado do centro da Terra. São brincadeiras com números, irrelevantes nesta altura em que atacamos o gigante Chimborazo.
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E a neve não pára de cair.
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Alexander von Humbolt
Tal como Humbolt não chegámos ao cume, nem era esse o nosso intento. Parámos no refúgio Whymper, aos 5 000 metros, cansados, gelados, felizes. O esforço de quem atinge o cume é recompensado pelo panorama: os Andes cobertos de neve e, para ocidente, o azul do Pacífico que se adivinha. Se a neve e o nevoeiro permitirem a vista, claro.
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Sem a beleza do Cotopaxi, a subida até aos 5 000 metros do vulcão Chimborazo, condignamente celebrada com um carimbo no passaporte, foi, em todos os sentidos, o ponto mais alto da viagem ao Equador e o que escolhi para ponto final neste relato.
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Senegal, país da Teranga
O livro da selva
Apesar da parte oriental do Equador, ocupada pela floresta amazónica, já não ser tão perigosa como costumava ser - os índios shuar que a habitam já não se dedicam a reduzir cabeças humanas - é a região mais selvagem do país. Os rios que a rasgam são as auto-estradas lamacentas que permitem o acesso a uma ínfima parte que não vai muitos metros além das margens.
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De botas de borracha, capa de chuva e repelente de insectos, seguimos César que, de catana em punho nos leva por trilhos cerrados, cortando lianas, deslocando troncos para conseguirmos avançar.
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O solo, esse sim, é o palco de intensa actividade ao alcance da nossa vista: uma procissão de pedaços de folha que parecem flutuar no chão e que afinal são transportados por um exército de formigas; aranhas e suas teias, flores, borboletas de mil cores.
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Mais um blogue
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Como o nome não deixa adivinhar é dedicado a ... ovos!
No lado direito da página pode ficar ao corrente das actualizações.
quarta-feira, dezembro 17, 2008
O Templo do Sol
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Oa cañaris, que habitavam a área antes da chegada dos incas, deram-lhe um nome mais poético, chamavam-lhe Cashaloma - lugar onde as estrelas caem do céu.
terça-feira, dezembro 16, 2008
Alberto?
A Cidade de Santa Ana dos 4 rios de Cuenca, que responde pelo petit nom de Cuenca, preservou o aspecto colonial espanhol. As casas coloridas que começam a ser restauradas, as janelas e varandas de ferro forjado, os pátios interiores e as ruas empedradas valeram-lhe a inscrição na lista dos sítios do Património Mundial da UNESCO.
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É uma cidade culta, dedicada tanto aos seus artistas, filósofos e escritores, como a Jefferson López, o filho da terra que trouxe para a cidade a honra de uma medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim. E, motivo de orgulho e pormenor importante para quem viaja, a água das torneiras é potável, o que não acontece com a de Quito ou Guayaquil.
Mas a estrela mais brilhante é a Catedral Nova, uma igrejita capaz de albergar 100 000 fiéis. Fachada e paredes interiores de alabastro, chão de mármore de Carrara, cúpulas azuis que brilham ao sol. Curioso é o facto de os sinos, enormes, estarem, não nas torres, mas arrumados no interior. Culpa do arquitecto, o alemão Stiehle, que se enganou nos cálculos. O peso das torres só por si já era mais do que as fundações podiam suportar e toda a estrutura ruiria se os pesados sinos fossem colocados en su sítio.
Mas a estrela mais brilhante é a Catedral Nova, uma igrejita capaz de albergar 100 000 fiéis. Fachada e paredes interiores de alabastro, chão de mármore de Carrara, cúpulas azuis que brilham ao sol. Curioso é o facto de os sinos, enormes, estarem, não nas torres, mas arrumados no interior. Culpa do arquitecto, o alemão Stiehle, que se enganou nos cálculos. O peso das torres só por si já era mais do que as fundações podiam suportar e toda a estrutura ruiria se os pesados sinos fossem colocados en su sítio.
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Só a terceira pessoa que abordei soube ajudar-me um pouco. O nome daquele político não sabia, mas era alguém que, sem estar ligado ao partido do Presidente Correa, viera dar uma forcinha ao "Si". Era seguidor de outras políticas, na linha de um outro senhor, muito antigo.
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"Era estrangeiro, famoso, mas morreu há muitos séculos. Chamava-se Alberto."
Algo me fez arriscar: "Che Guevara"?
Os olhos da minha interlocutora iluminaram-se o rosto encheu-se com um sorriso quando me repondeu: "É isso, é esse mesmo!"
Alberto "Che" Guevara? Há muitos séculos? Pois...
sexta-feira, dezembro 12, 2008
Chapéus há muitos...
Qual o país de origem do chapéu de Panamá?
A produção de chapéus de paja toquilla é uma verdadeira indústria familiar e centra-se nas zonas de Cuenca e Montecristi, de onde vêm os mais perfeitos. A qualidade depende da paja em si mas, principalmente do cuidado com que é tecido e a tarefa fica a cargo das mulheres e das crianças cujos dedos mais pequenos conseguem uma malha apertada. Nos melhores, os superfinos, que são vendidos nas boutiques a algumas centenas de dólares, o aperto é tal que podem servir para transportar água sem que se perca uma gotita. E são tão maleáveis que se podem enrolar, sem partir, e fazer passar por dentro de um anel.
Muitas cabeças importantes os usaram: Al Capone, Roosevelt, Mark Twain, Tom Wolfe... Em Cuenca todos o usam e nem os santos "escapam" como o demonstra a imagem de Nossa Senhora na igreja sobranceira a Cuenca.
A pergunta, se não está no Trivial Pursuit, bem que podia lá estar já que a resposta não é a que parece óbvia - Panamá - mas um país um pouco mais ao sul, o Equador.
Os equatorianos preferem chamar-lhe sombrero de paja toquilla, nome que vai buscar à fibra de que é feito. Mas, apesar dos seus esforços, difícil parece que alguma vez venha a ser conhecido por outra designação que não "panamá".
A culpa deste erro vem de longe, da Nova Iorque de 1850, quando um grupo de pesquisadores de ouro regressou trazendo-os na cabeça. Inquiridos sobre a proveniência dos chapéus, indicaram não o lugar de origem mas o da compra. E, na época, a maior parte das mercadorias da América do Sul entrava na do Norte via Panamá. Para agravar ainda mais a situação, cinquenta anos mais tarde os chapéus foram adoptados pelos trabalhadores que abriram o canal e o nome enraizou-se.
Os equatorianos preferem chamar-lhe sombrero de paja toquilla, nome que vai buscar à fibra de que é feito. Mas, apesar dos seus esforços, difícil parece que alguma vez venha a ser conhecido por outra designação que não "panamá".
A culpa deste erro vem de longe, da Nova Iorque de 1850, quando um grupo de pesquisadores de ouro regressou trazendo-os na cabeça. Inquiridos sobre a proveniência dos chapéus, indicaram não o lugar de origem mas o da compra. E, na época, a maior parte das mercadorias da América do Sul entrava na do Norte via Panamá. Para agravar ainda mais a situação, cinquenta anos mais tarde os chapéus foram adoptados pelos trabalhadores que abriram o canal e o nome enraizou-se.
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quarta-feira, dezembro 10, 2008
Guayaquil
"Diabos tenebrosos, estúpidos e muito lentos."
Se Quito é o centro da cultura e da arte, o dinheiro e o poder estão em Guayaquil e as diferenças entre os serranos, da capital, e os costeños estendem-se ao modo de ser das suas gentes. O ideal seria viver o dia em Quito e a noite em Guayaquil. E a noite vive-se, e muito, na recém reabilitada zona junto ao rio Guayas.
En Las Peñas, o bairro boémio de coloridas casa de madeira que desce pela encosta do morro de Santa Ana, a noite estende-se até de madrugada na animação dos muitos bares e das galerias de arte que com a noite se transformam em cafés.
Pese embora a autoridade de quem escreveu estas palavras, Charles Darwin, as iguanas terrestres, pois é delas que falamos, são as estrelas do Parque Simon Bolívar, em Guayaquil. Não que Darwin não deixe de ter razão. Na verdade apenas as vimos paradas, aninhadas a dormir nos ramos das árvores do parque, à noite, ou de manhã, na relva, a carregar baterias com o calor do sol, e apenas mostraram alguma actividade com a chegada das verduras que constituem o seu almoço. Mas é o que de mais próximo se pode arranjar da fauna das Galápagos já que uma viagem às ilhas não está ainda no horizonte.
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No Malécon 2000, uma avenida marginal de 2,5 km, são as famílias e os grupos de adolescentes que se passeiam nos jardins, que enchem lojas e restaurantes de fast food, que dão vida aos cafés.
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Afinal, como os costeños gostam de dizer, "para que serviria uma cidade sem praias nem discotecas?"
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segunda-feira, dezembro 08, 2008
Puerto López - baleia à vista!
Nos meses de Julho e Agosto a grande atracção de Puerto López são as baleias que escolhem as suas águas para acasalar. Diziam-nos que o impossível era não as ver mas nestas coisas da mãe natureza nunca se sabe e ninguém ousava criar demasiadas expectativas.
Mas afinal tinham razão...
Mas afinal tinham razão...
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Raul Brandão, in As Ilhas Desconhecidas
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sexta-feira, dezembro 05, 2008
Isla de la Plata
A Isla de la Plata, ao largo de Puerto López, já foi refúgio de piratas e diz-se que o nome vem dos lingotes de prata que Francis Drake lá enterrou, depois de atacar e pilhar um galeão espanhol.
Não são tesouros que nos atraem à ilha mas as várias colónias de pássaros que alberga. Aqui o homem é um intruso e somos nós quem tem de se desviar dos trilhos para não incomodar um pássaro que choca no seu ninho no chão, ou para não perturbar a carinhosamente desajeitada parada nupcial dos gansos-patola, de patas azuis.
Não são tesouros que nos atraem à ilha mas as várias colónias de pássaros que alberga. Aqui o homem é um intruso e somos nós quem tem de se desviar dos trilhos para não incomodar um pássaro que choca no seu ninho no chão, ou para não perturbar a carinhosamente desajeitada parada nupcial dos gansos-patola, de patas azuis.
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Um pouco mais à frente divertimo-nos a assistir a uma discussão amorosa, dois gansos-patola que se degladiam para decidir quem fica com a fêmea que, ao lado, os olha com um ar meio desinteressado, meio divertido.
quarta-feira, dezembro 03, 2008
Viagem inesperada
Primeiro de Dezembro. Tarde de frio e chuva e eu a "invernar" no sofá, submersa por uma considerável camada de polares. A noite já lá estava fora quando finalmente, e a custo, me levantei para fechar as portadas.
E em boa hora o fiz porque à minha frente no céu, numa nesga que as nuvens abriram de propósito, o espectáculo magnífico, raro e inesperado do bailado da Lua em conjunção com Vénus e Júpiter.
Mas o melhor é dar a palavra a quem sabe...
E em boa hora o fiz porque à minha frente no céu, numa nesga que as nuvens abriram de propósito, o espectáculo magnífico, raro e inesperado do bailado da Lua em conjunção com Vénus e Júpiter.
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