domingo, março 11, 2007

Retirada estratégica

Não foi um acordar qualquer. O dia nasceu tingindo de vermelho as águas do Zambeze, envoltas num (quase) silêncio que ninguém ousou quebrar, e a que os sons da selva emprestavam uma pincelada de magia. A manhã estava ainda mais bela que a anterior, a temperatura ideal, o vento suave e, uma vez mais, de feição. Pela primeira vez, segundo o guia, soprava nas nossas costas e ajudava a navegação, já que o habitual naquela zona, era tê-lo de frente. "You lucky guys!" Indeed...
As margens desfilavam cheias de vida, de sons, de cheiros. Elefantes, hipopótamos, búfalos, aves, aldeias...



Paragem para o almoço e eis que Chris nos avisa da presença próxima de um elefante e sugere que regressemos às canoas para o irmos ver em segurança.
Surpresa! Não era um, mas vários, que se aproximavam do rio para matar a sede. O tempo parou nos minutos em que ali estivemos, em silêncio, a vê-los, mesmo pertinho, na margem. Tranquilos, imponentes, atentos à nossa presença que controlavam com um olhar para se assegurarem que não oferecíamos qualquer perigo. Mágico!
Já em solo firme e, desta vez a pé, aproximámo-nos deles, cuidadosamente e a uma distância segura. Mas a sua curiosidade foi tão grande que, em breve, éramos nós os observados e lentamente, enquanto comiam, foram-se aproximando, fechando-nos num semicírculo em torno das canoas e não nos deixaram outra hipótese que não fosse uma retirada estratégica para o rio e uma partida mais cedo do que o previsto.

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