
Ei-lo por fim descoberto, esse pequeno paraíso de uma noite. Apressamos o andamento nos últimos passos e depois, de súbito, é a paragem, a descarga dos camelos: depois do longo dia, do seu calor, das suas misérias, eis a grande pacificação.[...] É verdade que amanhã é preciso recomeçar, muito cedo, a caminhada. Não o ignoramos mas queremos um instante, esquecê-lo para nos entregarmos totalmente às volúpias indescritíveis da hora: os músculos esgotados reencontram o fraternal contacto da areia, dentro de instantes o chá-xarope virá deleitar o nosso cansaço e depois iremos poder, por algumas horas, viver num sítio, viver – grande maravilha – imóvel, isto é, ler, escrever e sobretudo não fazer nada; olhar, escutar, esperar, ver a noite cair sobre a imensidão vazia, e devorar as dunas e os fiéis cortejos celestes empreenderem a sua caminhada quotidiana: é a tua vez Antares, é a tua vez Sirius, caminha, caminha, eu paro.
Théodore Monod
in A Esmeralda dos Garamantes
in A Esmeralda dos Garamantes

Le voici découvert enfin, ce petit paradis d' un soir. On presse l' allure pour les derniers pas et puis, c' est, tout soucain, l' arrêt, le baraquage: après la longue journee, sa chaleur, ses misères, voici le grand apaisement.[...] Sans doute faudra-t-il reprendre demain, bientôt, la marche. On ne l' ignore pas, mais on veut, un moment, oublier pour se livrer tout entier aux voluptés indicibles de l' heure: les muscles recrus retrouvent le fraternel contact du sable, dans un instant le thé-sirop viendra réjouir nos fatigues, et puis on va pouvoir, quelques heures, vivre sur place, vivre – belle merveille – immobile, c' est a dire lire, écrire et, surtout, ne rien faire: regarder, écouter, attendre, voir se refermer la nuit sur l' immensité vide, les ombres deegringoler des falaises et dévorer les dunes et les fidèles cortèges célestes entreprendre leur quotidienne étape: Antarès, à ton tour, Sirius, marche, marche, moi je m' arrête.
Théodore Monod
in L Émeraude des Garamanthes
in L Émeraude des Garamanthes
1 comentário:
A cada post que colocas cresce em mim o sentimento de ganho/perda...
porque me sinto rica com os textos e, principalmente, as imagens e pobre porque as não vivi...
Pode ser que chegue o dia em que visite o país em que, de certo, noutra encarnação estive.
No Passo, está um post baseado nos passos que dei na Guatemala e no Panamá.
É bom recordar!
Enviar um comentário