segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Egipto - O deserto a pé
É a pé que se sente verdadeiramente o deserto! Sozinhos, longe dos companheiros, imersos numa paisagem irreal, envolvidos por um silêncio tranquilizador, somos insignificantes, um minúsculo ponto num imenso mar de areia. Tudo ganha uma nova dimensão, pormenores que, de outro modo, passariam despercebidos, ganham estatuto de vedeta: a pedrita com uma forma peculiar, a ponta de sílex ou o pedaço de casca de ovo de avestruz – vestígios de outras épocas – a rocha que a acção dos elementos rendilhou, as areais douradas ou ocres onde o vento deixou a sua impressão digital...
As dunas que subimos com esforço, quando as pernas acusam o cansaço dos muitos quilómetros de marcha, quando os 4 ou 5 quilos da mochila se tornam insuportáveis...
E é também, e, talvez, essencialmente, um convite à reflexão, um mergulho ao interior de nós próprios.
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1 comentário:
Tenho exactamente essa sensação de coexistir com gente que existiu há muito nos monumentos megalíticos que visito - especialmente porque estes estão, geralmente, em sítios solitários e muitas vezes amplos.
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