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Seja como fôr, os baobás, a quem os australianos, numa adulteração do inglês "baobab", chamam "boabs", fazem parte da paisagem do Kimberley.
Os aborígens tiraram deles bom proveito: os frutos de polpa branca, as raízes que usavam na alimentação ou para fazerem remédios; o tronco esponjoso que fornecia reserva de água. E cola, e unguentos e muito mais.
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Sendo necessários mergulhadores para a rentável exploração de pérolas e porque nem os europeus estavam dispostos a pôr o pé nos mares infestados de tubarões nem os aborígenes estavam interessados, a solução que os primeiros encontraram foi o rapto dos segundos.
Os religiosos viram com bons olhos a iniciativa por acharem que, privando as comunidades de jovens e adultos, os que sobravam, velhos, mulheres e crianças, seriam mais pacíficos.
Assim, nas últimas décadas do século 19, muitos aborígenes desapareceram das suas terras, forçados a caminhar 50 km por dia, acorrentados uns aos outros. Já perto de Derby, enquanto esperavam o barco que os levaria até Broome, eram amarrados em torno de um enorme baobá, velho de 1500 anos, que passou a ser conhecido por Boab Prison Tree.
Anos mais tarde, quando os europeus criaram as enormes explorações de gado os aborígenes, para quem "propriedade privada" era um conceito inexistente e contrário ao seu modo de ver a vida, fizeram o que estavam acostumados: matar animais para se alimentarem. O enorme baobá serviu uma vez mais de prisão aos que aguardavam a transferência para os novos calabouços de Derby.
2 comentários:
Sempre fui intrigada com os baobás...Árvores lindíssimas que parecem estar de cabeça para baixo!Não sabia que os aborígenes a usavam como alimento e remédio, interessante...
Bjs
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Tudo serve para prender!
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