sexta-feira, outubro 15, 2010

Lagartices

Russel já tinha dito que os havia por perto do sítio onde colocámos as tendas mas que, se não nos aproximássemos demasiado, não havia problema. Fê-lo com aquele ar desprendido com que os australianos tratam estas coisas: “Uma taipan? (que é “só” a cobra mais mortífera que Deus colocou no planeta) Não há crise, se se cruzarem com uma mantenham-se quietos e deixem-na passar calmamente junto aos vossos pés.” E pensam com os seus botões que “lá estão os europeus a preocuparem-se com insignificâncias.”

Não sendo um genuíno dragão de Komodo nem exalando o cheiro pestilento que caracteriza o outro, o perentie que se passeava pelo nosso acampamento não deixava de ser impressionante. Confesso que me arrepiei quando, num momento de pausa após o almoço, o vi a pouco mais de um metro, entre as tendas, à procura de algum resto comestível.

Mas pelos vistos eu não encaixava nessa categoria e a lagartixa gigante, que devia ter mais de 2 metros, continuou a sua procura indiferente à perseguição fotográfica que lhe fiz.

Foi só à noite quando recolhemos às tendas, cansados das caminhadas pelas gargantas e terminado o serão à volta da fogueira que Russel, desta vez com um ar preocupado, nos levou a pensar de novo no réptil:

“Eles não fazem mal mas, mesmo assim, se saírem da tenda à noite, tenham cuidado, levem lanterna, não vão esbarrar com algum.”

2 comentários:

Rutix disse...

Uau! Que emoção!!
Eu não teria pregado olho a noite inteira!!!

RCC disse...

Não tão grande como o hipopotamo;-), mas o respeito é certamente semelhante!