Está escuro como breu, a água fria chega-nos aos joelhos e nem a luz das lanternas nos deixa prever onde nos levará o próximo passo. Um splash faz-nos parar: entre gargalhadas o primeiro da fila avisa que o chão rochoso lhe fugiu debaixo dos pés e que avança agora sobre areia, com água pela cintura.
Splash, splash, splash, ... um a um, sem surpresas, deixamo-nos afundar e continuamos a marcha.
Se as luzes das lanternas fossem mais fortes veríamos com pormenor as imensas estalactites que pendem do tecto. Ou talvez víssemos alguns peixes ou crocodilos (pequenos e inofensivos, valha-nos isso) que aqui abundam. Mais do que ver, sentimos o cheiro das colónias de morcegos que fazem desta caverna a sua casa.
O sítio chama-se Tunnel Creek e foi, há mais de uma centena de anos, o esconderijo de Jandamarra, o aborígene que liderou uma longa insurreição contra a colonização europeia. Conhecia com detalhe cada recanto da região e era de tal modo hábil a esconder-se e a despistar os perseguidores que até mesmo os membros das tribos aborígenes achavam que o seu corpo era a manifestação física de um espírito que habitava as águas geladas e negras da caverna e que, por isso, seria imortal.
Enganaram-se. Após 3 anos de guerrilha, de luta pela defesa das suas terras e gentes, foi junto a Tunnel Creek que Jandamarra perdeu a vida. A sua cabeça cortada foi exibida como prova da morte e enviada, como troféu, para Inglaterra.
Splash, splash, splash, ... um a um, sem surpresas, deixamo-nos afundar e continuamos a marcha.
Se as luzes das lanternas fossem mais fortes veríamos com pormenor as imensas estalactites que pendem do tecto. Ou talvez víssemos alguns peixes ou crocodilos (pequenos e inofensivos, valha-nos isso) que aqui abundam. Mais do que ver, sentimos o cheiro das colónias de morcegos que fazem desta caverna a sua casa.
O sítio chama-se Tunnel Creek e foi, há mais de uma centena de anos, o esconderijo de Jandamarra, o aborígene que liderou uma longa insurreição contra a colonização europeia. Conhecia com detalhe cada recanto da região e era de tal modo hábil a esconder-se e a despistar os perseguidores que até mesmo os membros das tribos aborígenes achavam que o seu corpo era a manifestação física de um espírito que habitava as águas geladas e negras da caverna e que, por isso, seria imortal.
Enganaram-se. Após 3 anos de guerrilha, de luta pela defesa das suas terras e gentes, foi junto a Tunnel Creek que Jandamarra perdeu a vida. A sua cabeça cortada foi exibida como prova da morte e enviada, como troféu, para Inglaterra.
4 comentários:
ADOREI a terceira foto...tão surreal! Há tempos estou querendo ir a uma caverna dessas aqui no Brasil, agora acho que não dá maispara adiar!!!
Bjs,
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Que aventura!
Se calhar, o que sentiu o chão a fugir-lhe dos pés tinha feito surf nas costas de um crocodilo... lol
Que lindas fotos! E o texto esta supremo. PARABENS!
Ui.Dece ter sido um salto no coração qd o chao se moveu ;-)
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