Hoje, como há séculos, caravanas de dromedários partem das martirizadas Darfur e Kordofan, no Sudão, e atravessam o deserto percorrendo uma das últimas rotas ancestrais de comércio: Darb el Arba'in, a Estrada dos Quarenta Dias. São nómadas que as guiam. Os mesmos passos, os mesmos gestos, os mesmos trajes usados por quem no tempo dos faraós pisava esta mesma pista. Uma adaga à cintura, que a AK-47 que oferece protecção para os riscos do caminho, fica escondida antes da fronteira do Egipto.
Chegámos tarde à poeirenta Daraw, ponto final das caravanas. Demasiado tarde para ver a animação do mercado e os poucos dromedários que encontrámos estavam já recolhidos num pátio, prontos para o trabalho nos campos ou para seguirem para o Cairo onde se deixarão fotografar com turistas sorridentes ou serão as estrelas de uma refeição exótica.
O sol começa a baixar e, feitas as compras para abastecer a feluca, deixamos as ruas de Daraw a bordo de dois táxi, misto de pick-up e APE 50, que nos conduzem à entrada de mais um templo.
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