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O Nilo arrancou parte das pedras que o formavam, o terramoto de 1992 danificou-o gravemente, mas que resta continua a impor-se como um dos templos mais emblemáticos do Egipto. Situado numa colina numa curva do rio, ergue-se como uma acrópole sobre os bancos de areia que outrora eram poiso favorito de crocodilos.
Talvez por isso uma das divindades a quem é dedicado é Sobek, o deus crocodilo, mas, numa rara associação, o templo exprime também a devoção ao falcão Horus.
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O sol poente acentua-lhe os tons dourados, a luz do crepúsculo que se aproxima acrescenta-lhe solenidade. Nos corredores escuros onde só os sacerdotes podiam entrar há ainda vestígios das cores que decoravam tectos e paredes, baixos-relevos com instrumentos médicos recordam Horus, o "bom doutor".
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A serenidade do templo contrasta com o ambiente em redor. Duas dezenas de paquetes apitam sem cessar para dizer aos seus passageiros que são horas de regressar, na marginal sucedem-se as lojas e as luzes, os vendedores de artesanato, de balões, de comida.
Foi bom regressar à feluca, navegar no escuro e reencontrar o sossego.