sábado, dezembro 12, 2009

Curiua-Catu, o Homem Branco Bom

Chamava-se Pedro Teixeira mas os índios brasileiros com quem partilhou vida e aventuras conheciam-no por Curiua-Catu, o Homem Branco Bom e Amigo. Porque outros havia, e seriam a maior parte, que nem bons, nem amigos.

Era militar, e ao serviço da coroa portuguesa partiu para o Brasil em 1607. O seu destino foi a Amazónia e a jovem cidade de Belém. A sua maior aventura iniciou-a em 1637, pelo rio Amazonas, pelo interior da floresta tropical, até chegar a Quito, no Equador. Pouca coisa! No regresso ainda arranjou forças para descobrir os rios Negro e Madeira antes de chegar ao porto de partida, Belém, a 12 de Dezembro de 1639.

Muitas foram as canoas necessárias para a expedição: 47 de grandes dimensões, propulsionadas pelas forças de 20 remadores, e umas 30, mais pequenas, as necessárias para transportar os 70 soldados portugueses, além dos 1200 índios flecheiros e respectivas mulheres e filhos, que iam em busca da Terra sem Mal, a morada dos antepassados onde não se envelhecia.

No Relazion del General Pedro Teixeira de el rio de las Amazonas para el Senhor Príncipe, diário que manteve durante a viagem, descreve com pormenor tudo o que encontra, fauna, flora, as tribos com quem se cruza, os encontros com os canibais…

No passado 10 de Dezembro uma sessão especial do Senado brasileiro comemorou os 370 anos da expedição e “conquista” da Amazónia que deu ao Brasil mais de metade do seu território actual.


Fotografias: Câmara Municipal de Cantanhede (estátua de Pedro Teixeira) e Viaje Aqui (Rio Negro, confluência com o Rio Solimões)

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