quarta-feira, julho 25, 2007

Maputo - a pérola do Índico

Como uma velha aristocrata, Maputo mantém o encanto, discreto, escondido sob as rugas que o tempo deixou, de forma descuidada, no abandono das avenidas e prédios, e deixa adivinhar a cidade bela e grandiosa que deve ter sido.
E edifícios magníficos não faltam, como o dos correios ou a quase centenária estação de Caminhos de Ferro, um dos mais belos da cidade. A cúpula, ao que parece, tem a assinatura de Eiffel, que a desenhou de modo a permitir a entrada de luz e a circulação de ar.

Está vazia a estação quando lá entramos a meio da manhã. O funcionário da bilheteira, a única pessoa que lá encontrámos, sorri, ensonado, e explica-nos que os primeiros comboios já partiram. Para Komatiport, na África do Sul, para onde levaram quem lá trabalha. O silêncio é tal que é difícil imaginar a agitação que deve ter tido noutros tempos e que se reproduz um pouco no início e fim de dia. Colunas de mármore, magníficas portas com vidros trabalhados, locomotivas antigas, as primeiras, a vapor, que operaram em Moçambique, tudo de uma limpeza imaculada que contrasta com o resto da cidade.


Mas Maputo é também uma cidade viva, uma vida que se exibe no movimento do porto, nos mercados coloridos, nas avenidas animadas, nas vendas de rua, nos anúncios pintados nos muros e paredes, nos grupos de amigos que se juntam nas esplanadas para intermináveis conversas em torno de uma 2M, na beleza eterna das águas do Índico.

1 comentário:

A. disse...

linda PUB. : )

e adorei o proverbio africano do teu blog.
boas viagens!
A.