O que há de comum entre o deserto e a paralisia cerebral? Nada.
O deserto reduz-nos à nossa verdadeira dimensão: um grão de areia igual a tantos outros, um entre biliões. Aprende-se a olhar para os pequenos nadas que a corrida do dia-a-dia não nos deixa ver: a pedra com uma formação peculiar, a nuvem que flutua sozinha no céu imenso.
Um passeio na ciclovia do Guincho com utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa leva-nos a pensar naquilo com que nunca nos preocupamos, que consideramos adquiridos por tão banais serem para nós: uma gaivota que rasga o azul do céu, a pinha que enche as mãos de cheiro e de resina, a vitória de conseguir abotoar uma camisa. Pequenos nadas que são todo um tudo para quem pouco consegue ter.
A Xana ria, feliz, cada vez que conseguíamos ultrapassar a cadeira da frente, e queria mais... Ouvia atentamente o que lhe contava sobre os fogos em zonas de paisagem protegida, sorria deliciada ao afagar o cãozinho que quem se cruzou connosco lhe estendeu.
Para a Xana e para os seus companheiros foi um dia diferente, cheio de sensações novas, cheio de encanto. Para nós foi muito mais, foi a vida a recordar-nos da sorte que temos.
O que é que o deserto e a paralisia cerebral têm em comum? Nada. Ou talvez uma lição de humildade.
(Obrigada Luís e Manuel da Papaléguas)
O deserto reduz-nos à nossa verdadeira dimensão: um grão de areia igual a tantos outros, um entre biliões. Aprende-se a olhar para os pequenos nadas que a corrida do dia-a-dia não nos deixa ver: a pedra com uma formação peculiar, a nuvem que flutua sozinha no céu imenso.
Um passeio na ciclovia do Guincho com utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa leva-nos a pensar naquilo com que nunca nos preocupamos, que consideramos adquiridos por tão banais serem para nós: uma gaivota que rasga o azul do céu, a pinha que enche as mãos de cheiro e de resina, a vitória de conseguir abotoar uma camisa. Pequenos nadas que são todo um tudo para quem pouco consegue ter.
A Xana ria, feliz, cada vez que conseguíamos ultrapassar a cadeira da frente, e queria mais... Ouvia atentamente o que lhe contava sobre os fogos em zonas de paisagem protegida, sorria deliciada ao afagar o cãozinho que quem se cruzou connosco lhe estendeu.
Para a Xana e para os seus companheiros foi um dia diferente, cheio de sensações novas, cheio de encanto. Para nós foi muito mais, foi a vida a recordar-nos da sorte que temos.
O que é que o deserto e a paralisia cerebral têm em comum? Nada. Ou talvez uma lição de humildade.
(Obrigada Luís e Manuel da Papaléguas)
4 comentários:
Obrigado amiga, por me teres convidado a partilhar esta manhã de Domingo.
Bj :)
Teré
Sem duvida, que momentos assim fazem-nos repensar no modo de actuar no dia a dia.
Deve ter sido uma experiencia incrivel para todos.
Tenho pena de mais uma vez ter falhado...
Obrigada Margarida, por estar sempre presente quando precisamos e obrigada pelo belo texto que escreveu. Um beijinho e até sempre.
Olá Margarida. Esta iniciativa da papa-léguas, prova que a aventura pode ocorrer nas traseiras da nossa casa. Para os utentes da APCL seguramente foi um dos dias mais desafiantes das suas vidas.
Obrigado por mais uma vez se juntar às nossas incicativas. Um beijinho.
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