sábado, novembro 21, 2009

Estrada de Santiago

Tinha uns 12 anos quando a vi pela primeira vez. É certo que nos tínhamos cruzado nas aulas de geografia, que lhe sabia o nome, Via Láctea, e lhe conhecia uma imagem no livro, mas vê-la a destacar-se no céu negro de um qualquer Alentejo, teve tal magia que ainda hoje não consigo deixar de a ver sem recordar o deslumbre daquela noite em que a segui durante longos minutos, através da janela do carro, em silêncio, como se no mundo nada mais houvesse.

Fazia frio, muito, muito frio, quando a vi este verão, num lugarejo perto de San Pedro de Atacama, no deserto que dizem ter um dos céus mais puros do mundo. Uma noite sem lua, sem nuvens. Ouvimos as explicações divertidas de Alain Maury, astrónomo francês estabelecido por estas paragens, e só depois enfrentámos o gelo da noite. E a Via Láctea lá estava, a pintar de magia os céus do Chile. Alain apontava um e outro e mais outro telescópio, fazia-nos descobrir as cores, os tamanhos, as distâncias, ajudava-nos com as fotografias. E que alegria trazer num cartão da máquina um pedacinho do fascínio da Estrada de Santiago!

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No site de Alex Mellinger pode ver-se como foi feita esta espantosa montagem fotográfica da Via Láctea toda inteira:



1 comentário:

RCC disse...

Sem duvida um dos espectaculos mais fascinantes, o rasto da Via Láctea, sem qualquer poluição luminosa.
É fantastica a imensidão das estrelas e divertido tentar identificar as constelações :-)