sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Il n' y a pas de plus grande émotion que d'entrer dans le désert

Primeiros passos, primeiro acampamento junto a altas paredes rochosas que formam com a areia uma espécie de beco sem saída. Acordo a meio da noite, olho os meus companheiros que dormem na areia, espalhados por aqui e acolá, enroscados, como eu, no aconchego do saco-cama. O vento que sopra não é demasiado frio e fico por instantes a olhar a paisagem a que a lua cheia emprestou magia. Os rochas são castelos de prata, as areias parecem ondas de um mar muito brilhante. E torno a adormecer com um sorriso na alma.
Manhã bem cedo, a rotina habitual: arrumar o "quarto", o pão e a bebida quente do pequeno almoço, encher o cantil, pôr a mochila às costas e partir.

Caminhamos no leito seco de um rio. As poucas árvores, secas todas elas, que nos fazem pensar numa savana seca e desolada, parecem transportar-nos para uma época em que tudo era verde, em que por aqui andavam elefantes e girafas.
Aos poucos a paisagem muda. Surgem rochas, surgem as primeiras dunas e até as nuvens vêm dar um ar da sua graça. O deserto envolve-nos numa mistura de cores, formas e texturas...


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Il n' y a pas de plus grande émotion que d'entrer dans le désert
J.M. le Clézio
in Gens des Nuages


1 comentário:

Carlos Manuel Ribeiro disse...

A 1ª e a última fotos são bonitas. Contudo, a última precisa de um pouco mais de contraste.

Abraço,
CR/de