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No último dia o rio transforma-se: o leito estreita-se, as margens arenosas cedem lugar às gargantas rochosas, paredes ocre ou cinza que se elevam a muitos metros.
Pendurados nas falésias, em posições impossíveis, surgem os primeiros embondeiros. Aqui e ali pequenas cavidades escavadas na rocha, em sítios que nos parecem inacessíveis, albergam túmulos antigos.
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Os pássaros desapareceram. Aqui é o reino dos crocodilos, que impedem o nosso já habitual banho nas águas vermelhas do Manambolo.
Reina o silêncio, cortado apenas pelo murmúrio das pagaias a rasgar a água.
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Não sem nostalgia aproximamo-nos de Bekopaka, a primeira povoação desde a nossa partida, cinco dias atrás.
Os tsingy de Bemaraha, uma das razões fortes para o meu regresso a Madagáscar, estão apenas a uma noite de distância.
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