quarta-feira, dezembro 19, 2007

Nas gargantas do Manambolo

No último dia o rio transforma-se: o leito estreita-se, as margens arenosas cedem lugar às gargantas rochosas, paredes ocre ou cinza que se elevam a muitos metros.
Pendurados nas falésias, em posições impossíveis, surgem os primeiros embondeiros. Aqui e ali pequenas cavidades escavadas na rocha, em sítios que nos parecem inacessíveis, albergam túmulos antigos.

Os pássaros desapareceram. Aqui é o reino dos crocodilos, que impedem o nosso já habitual banho nas águas vermelhas do Manambolo.
Reina o silêncio, cortado apenas pelo murmúrio das pagaias a rasgar a água.

Não sem nostalgia aproximamo-nos de Bekopaka, a primeira povoação desde a nossa partida, cinco dias atrás.
Os tsingy de Bemaraha, uma das razões fortes para o meu regresso a Madagáscar, estão apenas a uma noite de distância.

Sem comentários: