"E até falo português!"
A frase fez-me deitar um olhar divertido ao meu interlocutor, Manolo, que me seguira pela Plaza Cólon tentando ganhar uns pesos mostrando-me a cidade. O seu verdadeiro nome até era Manuel mas resignara-se e adoptara o castelhano Manolo que os amigos lhe chamavam.
O português aprendeu-o com o pai, um embarcadiço brasileiro que trocou o embalo do mar pelos braços de uma linda chilena. Bonita história.
A frase fez-me deitar um olhar divertido ao meu interlocutor, Manolo, que me seguira pela Plaza Cólon tentando ganhar uns pesos mostrando-me a cidade. O seu verdadeiro nome até era Manuel mas resignara-se e adoptara o castelhano Manolo que os amigos lhe chamavam.
O português aprendeu-o com o pai, um embarcadiço brasileiro que trocou o embalo do mar pelos braços de uma linda chilena. Bonita história.
Mas não, eu não precisava de guia nem de tradutor e Manuel-Manolo foi à sua vida, abordando de imediato e em inglês um casal a quem disse conhecer a língua de Sua Majestade graças ao pai, um marinheiro ... inglês.
Antofagasta, onde estou, já pertenceu à Bolívia mas, depois da Guerra do Pacífico no final do século 19, passou a ser solo chileno. O peso dos ingleses que se instalaram para explorar as minas da região faz-se sentir no bairro de casas vitorianas, no museu dos caminhos de ferros, nas pinturas das paredes que recriam outros tempos, na réplica do Big Ben instalado na Plaza Cólon.
O centro é uma animação: amanhã é dia da criança e as ruas enchem-se de músicos e acrobatas, de vendedores e compradores, de crianças que correm por todo o lado.
A paz encontramo-la no porto pesqueiro onde dois ou três leões marinhos residentes se empenham no jogo de roubar um peixe a algum pescador distraído.
1 comentário:
Há coisas que nunca mudam por onde quer que passemos. Uma delas é a lábia. Pelo menos a história era bonita!
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