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Não, não é Nova Iorque, apesar da confusão do trânsito e dos táxis amarelos. É, como dizem os santomenses, a cidade capital; uma aldeia grande que se espreguiça à volta da baía de Ana Chaves. E o verbo é mesmo este, "espreguiçar", que aqui o ritmo é o
leve-leve imposto pelo calor húmido que faz com que a África se nos cole à pele.
No mercado, cheio de gentes, cores e cheiros, as vendedoras sentam-se no chão, junto aos montinhos de frutos ou legumes, e chamam: "Branca! Papaia? !, "Amiga" Banana? Manga?" Os miúdos estendem a mão, rolam os "erres" num "Érrros, branca!"
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Cá fora os velhos táxis enchem-se de pessoas, sacos e galinhas e partem para Água Porca, Traz da Cadeia ou Oquê del Rei, deixando atrás de si uma nuvem de fumo escuro e espesso. Os moto-táxi serpenteiam por entre peões, buracos, carros e cães, buzinam, procuram clientes para uma visita ao museu do forte ou para o bairro popular do Riboque.
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No Estúdio de Gravação escolhem-se as canções para um CD de música local, gravado na hora; procura-se a sombra de uma árvore para uns momentos de descanso.
Quando o sol se põe, pelas 18h, a cidade mergulha no sossego e na escuridão. A menos que seja sábado quando o suor e a música se misturam com a noite e os DJs impõem os ritmos do kandance e kizomba que invadem o corpo até à exaustão.
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