sábado, maio 24, 2008

Paris, as imagens

As fotografias de Paris já estão on-line e podem ser vistas aqui, ou no link à direita, em "Álbum de fotografias".

quarta-feira, maio 21, 2008

Paris vale sempre a pena

Paris é imortal e as recordações das pessoas que lá vivem diferem de umas para as outras. Acabamos sempre por voltar, sejamos nós quem formos, ou mude Paris no que mudar, ou sejam quais forem as dificuldades ou as facilidades que, ao regressarmos, se nos deparem. Paris vale sempre a pena, pois somos sempre compensados de tudo o que lhe tivermos dado.

in Paris é uma Festa
E. Hemingway



(Rue Didot - 14eme)

sábado, maio 17, 2008

Cafés com história - Les Deux Magots

As duas estátuas confucianas (magots) deram-lhe o nome, a elite intelectual e artística que lá se reunia deu-lhe a fama. Sartre, Simone de Beauvoir, Picasso, Hemingway, Rimbaud e muitos outros, sentaram-se às suas mesas a escrever, a discutir ou a conversar. A clientela de hoje instala-se na esplanada a olhar a igreja de St Germain des Prés, a ver desfilar parisienses e gente dos quatro cantos do mundo, a bebericar um chá ou um chocolate quente com sabor de outros tempos.

Há quem entre apenas para olhar e sentir a atmosfera de épocas passadas, há quem se junte com amigos a debater ideias, há quem folheie os jornais diários.
Mas o Les Deux Magots é apenas um dos muitos cafés literários de Paris. À nossa espera, quase ao lado, está o Flore e, um pouco mais distantes, a Brasserie Lipp e a Closerie des Lilas.

Dali ao Lipp era um bocado e todos os sítios que o meu estômago reconhecia [...] aumentavam o prazer daquele passeio. Havia poucos clientes na brasserie e, quando me sentei no banco encostado à parede, com o espelho por detrás e uma mesa à minha frente e o criado me perguntou se eu queria cerveja, pedi um distingué, que é uma grande caneca de litro, e uma salada de batata.


in Paris é uma Festa
E. Hemingway

segunda-feira, maio 05, 2008

Ils sont fous....

Um percurso de autocarro alterado devido a obras e dou comigo junto à Périphérique, uma espécie de CRIL parisiense. Zona descaracterizada, cheia de torres de apartamentos, enormes e sem alma, tristonha, vazia de gentes e de interesse.

Procuro uma estação de metro e eis que, sem nada que o fizesse prever, Obélix pragueja. Surpresa! Sem querer, sem saber, dou comigo na Rue René Goscinny, o pai de Astérix, Lucky Luke, Oumpah-pah e Iznogoud.

Uma livraria, balões de BD pendurados nos candeeiros. Pouca coisa, talvez, mas, a dose de poção mágica suficiente para transformar um recanto sem graça no abrir de livros tantas vezes saboreados.

domingo, maio 04, 2008

De olhos em bico

Apetece-lhe um khao guai (pequeno almoço tailandês), um prato de laap (salada de carne, do Laos) ou de pakon char poat koun (camarão com milho, do Cambodja)? Basta dirigir-se ao 13eme Arrondissement, mais conhecido por Bairro Chinês de Paris.
Junto às fábricas do que foi um bairro industrial dos arredores ergueram-se descomunais torres de apartamentos, residência dos muitos operários que nelas trabalhavam. O crescimento da cidade forçou a mudança da zona industrial levando consigo a maior parte dos habitantes. Apesar das rendas baixas, aos parisienses não agradou aquele bairro de arranha-céus sem alma e foram os desalojados e refugiados da China, Cambodja, Vietname, Laos e Tailândia, que, a partir dos anos 70, os ocuparam.

Hoje não é apenas um bairro, mas uma "cidade" asiática de 30.000 pessoas, uma comunidade quase autónoma onde é possível trabalhar, fazer compras, comer, viver, sem sair do ambiente oriental.
Na base da torres de 30 andares as lojas e restaurantes, os salões de chá e supermercados, ostentam placas com ideogramas chineses, tailandeses... O ano novo chinês é festejado "à grande e à francesa" com danças, desfiles, petardos e dragões. Há templos budistas, taoistas e pagodes, quase escondidos no meio de um parque de estacionamento ou num canto recatado de uma rua estreita.

O supermercado Tang Frères é um ícone, visitado diariamente por 10.000 pessoas (mais do que o Centro Pompidou). Para nós, ocidentais, incapazes de ler as etiquetas da maior parte dos produtos, é uma festa para os sentidos. Peixes desconhecidos, frutos e legumes de cores e formas insuspeitadas, cheiros invulgares e fortes e a música de fundo das muitas línguas que por lá se falam.

E, à saída, não são poucos os que fazem pintar o seu nome em caracteres chineses. Para dar sorte, dizem.