domingo, novembro 23, 2008

Puerto López


Na costa o equivalente em animação aos mercados da sierra é a chegada dos barcos de pesca e a cada amanhecer a praia de Puerto López enche-se de vida.
E de gente que chega com caixas carregadas de peixes e mariscos, gente que discute o preço de uma cesto de caranguejos, gente que ri, gente que grita e corre atrás dos pelicanos, gaivotas e cães que espreitam uma oportunidade para melhorar o menu do dia.


De crianças que brincam com os peixes que caem de uma caixa, correm pela areia.De gente que, como nós, está na praia pelo espectáculo, pelas cores, gente que se espanta com a chegada de um imponente veleiro.

Foi na terceira volta que viu o peixe. Viu-o primeiro como uma negra sombra que levou tanto tempo a passar sob o barco, que não pode crer no comprimento. Não — exclamou. — Não pode ser tão grande. Mas era assim grande; e, no fim dessa volta, veio à superfície a umas trinta jardas apenas, e o homem viu-lhe a cauda fora de água. Era mais alta do que uma grande foice e cor de alfazema pálida, acima de água azul-escura. Ao passar mesmo abaixo da superfície, o velho via-lhe o imenso bojo e as listras de púrpura que o enfaixavam. A barbatana dorsal estava retraída mas as peitorais, medonhas, abertas de par em par.

Ernest Hemingway
in O velho e o mar


sábado, novembro 15, 2008

Roma, como nunca a viu

Não é a Roma de Rómulo e Remo, nem aquela por onde andaram os irredutíveis Asterix e Obelix, mas a de Constantino e é o Google Earth quem nos faz recuar ao ano 320 da era cristã, para visitar o Coliseu, o Templo de Vesta, passear pelas ruas e por entre os quase 7000 edifícios.

O Rome Reborn baseia-se num modelo físico criado por arqueólogos e artistas entre 1933 e 1974 e é, segundo o director do projecto, Bernard Fischer, " the continuation of five centuries of research by scholars, architects and artists who have attempted to restore the ruins of the ancient city with words, maps and images."

Boa viagem!

Obrigada SCM.

domingo, novembro 09, 2008

Oceano Pacífico

Em pouco mais de duas horas descemos dos 3900m de Quilotoa para os zero metros de Puerto López. Na descida abrupta abandonamos as beleza árida do páramo, atravessamos florestas tropicais cobertas de nevoeiros misteriosos, plantações de bananas e algodão e chegamos à costa batida pelo vento fresco com cheiro a sal.
E não é só a paisagem que muda, também as gentes são outras. Sem a solenidade de Quito ou da Sierra, os rostos abrem-se em sorrisos, a conversa é fácil.

Aqui reina a rede de descanso e uma doce indolência, a desorganização impera. Até as leis têm dificuldade em se afirmar como bem o atestam os gradeamentos das lojas que apenas deixam livre uma minúscula abertura por onde passam mercadorias e dólares.


Mas não importa, o mar está ali e o primeiro gesto é pisar a areia e deixar que as águas do Pacífico acariciem os pés.

Ser portugês é fingir que se é europeu mas ficar com os olhinhos a brilhar de cada vez que se ouve a palavra "mar".

Vasco Pinhol, in Revista Única (Expresso), 25 de Outubro de 2008

domingo, novembro 02, 2008

Lagoa de Quilotoa

Arrivés à Quilotoa, nous découvrons ce gigantesque cratère. Sous un franc soleil, les parois claires et abruptes se reflètent dans les eaux couleur émeraude.
Le sentier se révèle bien difficile pour descendre vers la lagune, et encore plus pour remonter, même pour les vaches du coin... Quel dénivelé! Heureusement, quelques chevaux sont là pour aider ceux qui sont en difficulté.

Chez Pachamama l'accueil est chaleureux, on prépare le repas en famille mais surtout en beau costume et chapeau. Contraste saisissant avec la sobriété et la simplicité des lieux.

En soirée, autour d'une télévision du village, nous vivons l'enthousiasme et l'émotion d'une épreuve des J.O. avec les habitants: l'équatorien Jefferson Pérez décroche une belle médaille d'argent au 20 km marche.


Un post à 4 mains avec Nicole