sábado, janeiro 27, 2007

Egipto - Monotonia do deserto


Monótono o deserto? Só por graça! Para o cego sem, dúvida, para o autêntico, o fisiológico, tal como para o outro, o viajante banal, vulgar, sem curiosidade e que não sabe ver nem olhar. Mas para o "iniciado" quantas coisas para observar, para descobrir, aliás, mais frequentemente para ler no solo [...] E até mesmo onde, à escala da paisagem, a monotonia parece ter-se instalado, pode sempre surgir o imprevisto: que iremos encontrar atrás daquela ondulação do terreno, atrás daquele cordão de dunas, no topo daquela falésia, que lugar pré-histórico, que pássaro, que planta e, na salmoura desta sebkha, que crustáceos?

Théodore Monod
in A Esmeralda dos Garamantes





Monotone, le désert? Monsieur veut rire! Pour l aveugle, sans doute comme pour l autre, le voyageur banal, ordinaire, sans curiosité et qui ne sait ni voir ni regarder. Mais pour qui a "bon pied, bon oeil", pour l initié, que de choses à obsrever, à découvri, le plus souvent d ailleurs à lire sur le sol[...] Et même où à l échelle du paysage, la monotonie semble s installer, l' imprévu peut toujours, à l improvise, surgir: qu' allons-nous trouver derrière ce repli de terrain, derrière ce cordon de dunes, au sommet de cete falaise, quel site préhistorique, quel oiseau, quelle plante, et , dans la saumure de cette sebkha, quels crustacés?

Théodore Monod
in L Émeraude des Garamanthes

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