Com a crise política da Tunísia a ser notícia, veio à memória a viagem que aí fiz na primavera de 1997: o meu primeiro deserto.
Éramos seis, todos portugueses, guiados por Salah e sob os cuidados de Brahim, que se ocupava da comida e dos três camelos que carregavam sacos e colchões, comida, água e todo o resto.
Sem jipes de apoio, que sempre permitem alguns "luxos", foi o deserto mais desconfortável de entre a meia dúzia que já fiz. Mas foi o mais puro, aquele em que mais lhe senti a vastidão e o isolamento, foi o deserto mais deserto.
Durante seis dias espantámo-nos com os rastos que os escaravelhos deixavam à volta dos nossos sacos-cama, sinal de que os tinham rondado enquanto dormíamos, encontrámos lagartos, víboras e escorpiões e até a visão surreal de um pastor elegantemente vestido com um blazer bordeaux.
Aprendemos a cantar e a contar em tuaregue, jogámos ao galo com excrementos secos de camelo. Comemos pão cozido na areia e bebemos água da cor de Ice Tea e onde flutuavam pêlos da cabra que servia de barril.
Avançámos ao sabor do tempo, subindo e descendo dunas açoitados pelas areias que o vento muito forte espalhava pelos ares e pelo céu. Disputámos com os camelos os abrigos que nos protegiam do sol e do ventos que nos cobria de areia.
Subimos ao alto de uma duna a ouvir o silêncio, a ver as estrelas e a lua que pintava de prata as areias claras.
Trouxemos as linhas da palma da mão marcadas a areia, trouxemos o deserto impregnado na alma.
Ai... o primeiro amor...
Éramos seis, todos portugueses, guiados por Salah e sob os cuidados de Brahim, que se ocupava da comida e dos três camelos que carregavam sacos e colchões, comida, água e todo o resto.
Sem jipes de apoio, que sempre permitem alguns "luxos", foi o deserto mais desconfortável de entre a meia dúzia que já fiz. Mas foi o mais puro, aquele em que mais lhe senti a vastidão e o isolamento, foi o deserto mais deserto.
Durante seis dias espantámo-nos com os rastos que os escaravelhos deixavam à volta dos nossos sacos-cama, sinal de que os tinham rondado enquanto dormíamos, encontrámos lagartos, víboras e escorpiões e até a visão surreal de um pastor elegantemente vestido com um blazer bordeaux.
Aprendemos a cantar e a contar em tuaregue, jogámos ao galo com excrementos secos de camelo. Comemos pão cozido na areia e bebemos água da cor de Ice Tea e onde flutuavam pêlos da cabra que servia de barril.
Avançámos ao sabor do tempo, subindo e descendo dunas açoitados pelas areias que o vento muito forte espalhava pelos ares e pelo céu. Disputámos com os camelos os abrigos que nos protegiam do sol e do ventos que nos cobria de areia.
Subimos ao alto de uma duna a ouvir o silêncio, a ver as estrelas e a lua que pintava de prata as areias claras.
Trouxemos as linhas da palma da mão marcadas a areia, trouxemos o deserto impregnado na alma.
Ai... o primeiro amor...
4 comentários:
Isto é poesia.
Uau!!!
Dá para se sentir uma verdadeira caminhante das Arábias....isso sem falar nas fotos, que estão fantásticas!!!
Bjs
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Que texto envolvente, que me faz desejar ainda mais entregar-me ao desconforto e à liberdade de um deserto de areia....
As tuas palavras e fotos fazem-nos sonhar e embedarmo-nos em lembranças de viagens. Fizeste-me recordar a minha viagem a Tunisia.
Mas, sem dúvida k esta tua passagem pelo deserto da tunisia foi espetaculra , pela forma como a descreves.Da para sentir k foram verdadeiros caminhantes .
Gosto da tua escrita e das tuas fotos.Continua sempre a viajar, fotografar e escrever.........
Bjokassssss
Enviar um comentário