À saída de Kafue tomámos um atalho que nos faria chegar umas 3 horas mais cedo a South Luangwa, mesmo a tempo de um desejado banho na piscina do parque. Uma pista tortuosa, ora difícil de encontrar, ora inexistente, que em partes remotas de África os mapas nem sempre estão de acordo com o que se encontra no terreno.
Perdemo-nos, claro, não uma, mas várias vezes, e a miragem do banho esfumou-se na poeira da picada. Passámos aldeias com mulheres e crianças reunidas à volta das cubatas. Nem um homem, provavelmente a trabalhar nos campos, ou mais longe, nas cidades. Nem um velho, provavelmente porque lá não chegam...
Parámos para confirmar se estávamos no caminho certo. O olhar de estupefacção e os risos que se lhe seguiram não deixaram margem para dúvidas. Não, não só não estávamos no bom caminho, como nos estávamos a afastar. Muitas horas, vários quilómetros e aldeias depois, entrámos, aliviados, nos limites do South Luangwa Park.
Pouco duradouro foi, no entanto, o alívio, pois, ao atravessarmos o leito seco de um rio, o camião assentou a traseira numa das margens e dali não quis sair.
A noite caía e, à nossa volta, o parque com os seus animais (hipopótamos, leopardos, leões, elefantes...) Um vigia de cada lado para avisar da presença de algum animal e, mãos à obra.
Sob o olhar curioso de um grupo de elefantes que se aproximara, com pás, pedras, troncos, muito suor e algumas horas de esforço, conseguimos, finalmente, libertar o veículo e chegar, à meia-noite, à segurança do acampamento.
Aaaaaah.. as surpresas que um atalho pode trazer!