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Mas ninguém nos desenhou carneiros, apenas girafas, bois, guerreiros e mulheres. Também não foi St Exupéry o autor dos "desenhos" mas quem, há alguns milhares de anos, por aqui andou. "Aqui" é a Tadrart, no Parque Nacional do Tassili, no sudeste da Argélia, onde o país se encontra com a Líbia e o Níger, uma das regiões do mundo mais ricas em arte rupestre.
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Verdadeiro museu a céu aberto, precioso como um velho livro que se folheia cuidadosamente, os seus 80.000 km2 de areia e pedra têm estatuto de Património Mundial da Humanidade, da Unesco, de Reserva do Homem e da Biosfera.
Conheceu, como todo o Sahara, uma sucessão de fases húmidas e secas, de que a morfologia do planalto mostra os traços. Os inúmeros vestígios rupestres são provas espantosas das oscilações do clima, retratos de um passado bem diferente.
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Girafas, gazelas e elefantes, pintados ou gravados nas rochas, velhos de 8.000 anos, vacas, guerreiros, cenas do dia-a-dia, com 3 ou 4 mil anos, são o que resta de um paraíso tropical há muito desaparecido.
E foi este o cenário, de gravuras milenares e areias vermelhas, o escolhido para o Natal de 2007.