sexta-feira, maio 25, 2012

Step em Meteora






Basta uma palavra para descrever Meteora: impressionante!

Penhascos escuros que chegam aos 550 metros elevam-se no vale como silhuetas de um exército pronto para a batalha. Seriam quase ameaçadores se não fosse o toque humano que lhes é dado pelos mosteiros pousados no alto. A geologia explica-os, claro, mas, por respeito ao misticismo, vale a pena acreditar, como os antigos, que mão divina os fez cair do céu, como meteoritos.



Os primeiros a instalarem-se na zona foram uns monges eremitas que encontravam nas grutas e fissuras das rochas locais ideais para o isolamento e meditação.

Mais tarde, pelos século 11 e 12, as sucessivas investidas turcas e albanesas levaram a que os monges procurassem refúgio nos penhascos. À custa de escadas de madeira que iam sobrepondo, dotes de alpinistas e algumas mortes, terão escalado e transportado materiais para construir os mosteiros inacessíveis.



Depois, pessoas e bens eram içados à força de braços, numa rede ou gaiola, o que já de si constituia uma prova de fé pois, ao que parece, as cordas só eram substituídas quando o Senhor deixava que se quebrassem.

No início do século 20 foram construídos degraus qque facilitam o acesso, degraus esses que, é bom de ver, permitiram a nossa terceira sessão de Step in Greece. Vamos a isso!
Dos mais de 20 que existiram só restam 6: Grande Meteora, Varlaam e os seus frescos do juízo final, Agios Stephanus, Hagia Triada, o encantador Agios Nikolaos e Roussanou, o único feminino.

Será quera para este último que se dirigiam os monges que vimos sair de Varlaam?

quinta-feira, maio 24, 2012

Step em Delfos

  Sessão 2: Oráculo de Delfos
 


Cansadas de uma noite em branco no avião e do subir e descer a calcorrear Atenas, foi com um certo alívio que no final do dia comentámos que o seguinte ir ser mais tranquilo, que pouco íamos andar a pé, já que faríamos quase 600 kms de estrada até Kalambaka, parando apenas um pouquinho em Delfos.

Partimos cedo, ao volante de um carro alugado, ajudadas pelo fiel Zorba, o gps, que nos guiou sem hesitações pela confusão de estradas à saída de Atenas.

Chegadas a Delfos os deuses sorriram-nos e encontrámos um lugar de estacionamento, grátis, mesmo junto à entrada principal do sítio arqueológico.

Mas não foi necessário consultar o oráculo para saber que nos esperava a 2ª sessão de step: estávamos à sombra do Parnaso e todo o complexo se estende em cascata na vertente de uma colina.

Tant pis! Delsfos reconciliou-me com a Grécia antiga, apagou a má impressão deixada pela Acrópole.


O templo de Apolo, o teatro, o santuário de Atena, o estádio onde se realizavam os jogos píticos, ... são ruínas bem cuidadas, informações sucintas mas precisas, um ambiente sereno e bucólico e um cheirinho a primavera que se despegava dos campos pintalgados de flores.

No estádio, no topo da colina, a imaginação quase permitia ver os atletas a cruzar a linha de chegada sob o olhar atento dos juízes estrategicamente colocados e envoltos pelos gritos da multidão entusiasmada.



E, pelos vistos, até Henry Miller gostou do que viu:

"Vagueámos pelo meio de colunas partidas e depois subimos pelo caminho tortuoso até ao estádio. [...] O cenário era espectacular. O estádio situa-se pouco abaixo do cume da montanha; tem-se a impressão de que, quando acabava a corrida, os aurigas deviam conduzir os seus corcéis sobre a cumeada, lançando-se no azul. A atmosfera é sobre-humana, inebriante a um ponto da loucura. Tudo o que Delfos tem de extraordinário e miraculoso está ali reunido na memória de uns jogos que se realizavam no meio das nuvens."

Henry Miller, in O Colosso de Maroussi

quarta-feira, maio 23, 2012

Rapazes de Atenas




São altos, têm pelo menos 1.86 cm, saudáveis, com bom aspecto e carácter à prova de qualquer desafio.
A saia branca que usam, impecávelmente passada a ferro pelos próprios, leva 30 metros de pano e tem 400 pregas, tantas quantos os anos da ocupação turca. Camisa também ela branca, de mangas tufadas, uma espécie de colete de seda colorido, chapéu e fitas. Os sapatos, com um pompom na ponta, pesam cada um 1,5 kg graças aos vários pregos cravados na sola para evitar que escorreguem durante a espécie de bailado que é a parte mais visível do seu trabalho.


Antes que se comece a pensar mal dos rapazes diga-se que pertencem à elite do exército grego, ao batalhão dos Evzones, que faz a guarda presidencial e do parlamento.

Ser escolhido para pertencer aos Evzones é uma honra que exige treino intenso. Deles se espera dedicação total e trabalho intenso, que estejam sempre alerta, que em caso algum mostrem qualquer reacção.






Em 2001 foi atirado um cocktail Molotof para uma das guaritas junto ao parlamento, que imediatamente foi envolvida pelas chamas, mas o Evzone que estava ao lado nem pestanejou, e só se afastou, com o uniforme já a fumegar, depois de receber ordem do seu superior.
Em 2010 manifestantes lançaram uma bomba, que ficou a 20 metros de um dos Evzones. Apesar de repetidos avisos da polícia de que a bomba podia rebentar a qualquer minuto, os soldados recusaram-se a abandonar o posto e mantiveram-se firmes até mesmo quando a bomba explodiu.




Fazem turnos de 1 hora em frente ao Parlamento e ao túmulo do soldado desconhecido, sempre em pares, para que a coordenação seja perfeita. À hora certa, de dia ou de noite, são rendidos, com uma coreografia que atrai as atenções e o cerimonial atinge o auge às 11h de cada domingo altura em que o render da guarda envolve todo o batalhão e a banda militar.

terça-feira, maio 22, 2012

segunda-feira, maio 21, 2012

Curso de Step em 4 aulas

Sessão 1 - Atenas


Sabíamos que para ver os famosos frisos e mármores do Partenon não precisava subir até à Acrópole ateniense mas antes visitar alguns museus europeus - o Britânico, em Londres, mas também o Louvre e os museus do Vaticano e de Atenas...
Também sabíamos que a Acrópole estava desde há anos em obras de restauração, umas mais bem conseguidas que outras, que o local é visitado por multidões.



Sabendo isso chegámos bem cedo, à abertura dos portões, antes que os autocarros deixassem sair magotes de japoneses, espanhóis e franceses. Subimos calmamente pelos caminhos empedrados e íngremes, parando aqui e acolá para espreitar o teatro de Dionísio, para recuperar o fôlego.

Foi quase com respeito que subimos os degraus do Propileu, pisando cada degrau com a solenidade que o lugar parecia merecer.

Mais uns passos e teríamos à nossa frente o Partenon a impôr-se majestoso na Acrópole. Enganámo-nos! O que os nossos olhos viam era pouco mais do que um monte desorganizado de pedras. O Partenon deixava-se adivinhar a custo, delapidado, quase coberto por andaimes e gruas, envolto na atmosfera triste do que se assemelhava a um estaleiro abandonado. E só a custo conseguimos registar alguns pormenores interessantes. Enfim...




Já no sopé do monte, depois de passarmos por várias igrejas e monumentos também eles embrulhados em plásticos e andaimes, foi com alegria que encontrámos a Torre dos Ventos cuja "nudez" nos pareceu um sopro de ar fresco.