sexta-feira, julho 31, 2009

As Cores do Altiplano

Partida para a viagem deste verão. No programa está um dos países mais atingidos pela gripe, a Argentina, e tambem a Bolívia e o Chile. O que se vai passar não se sabe. Vamos acreditar que a viagem se vai fazer sem problemas, que nenhum dos países fecha as fronteiras, que ninguém espirra.

Esta viagem revisita, durante 4 dos 22 dias, alguns dos pontos altos do périplo de 2004 pela Bolívia e Chile - os geysers de Tatio e Sol de Mañana, as lagoas Colorada, Verde, o vulcão Licancabur , o Vale da Lua, o Salar de Uyuni. Lugares mágicos a que prometi voltar. Nos outros 18 dias tudo é novo, tudo se espera magnífico. Formações geológicas estranhas, chaminés de fada, florestas de cactos, as sete cores de algumas montanhas, o branco dos salares, o azul puro do céu...

A cada dia um post previamente preparado indicará por onde vou andar. Assim a gripe o permita. A descrição da viagem pode ser consultada aqui: Couleurs de l' Altiplano

quarta-feira, julho 29, 2009

A estrada do norte

"Só há uma estrada, é impossível perder-se."
Mas quem me disse isto subestimou as minhas capacidades e o facto de a palavra "impossível" não constar no meu dicionário. Não que o mal fosse grande. Tivesse eu encontrado a estrada que devia e ficava sem saber que o avião que serve de bar junto ao aeroporto fez parte da ponte aérea humanitária de apoio à Guerra do Biafra. Nem ido até Gamboa onde as respostas ao meu pedido de indicação do caminho foram sempre as mesmas, independentemente da direcção para que eu estava virada.

"Segue em frente e depois do hospital vira à direita.", disse uma mãe rodeada de filhos pequenos, apontando todos, não fosse eu não perceber a explicação.
Assim fiz, segui em frente, mas, em vez do hospital prometido, encontrei um carreiro cerrado que em breve se tornou demasiado estreito para o carrito que conduzia. Inversão de marcha, mudança de sentido, 180º que fizeram toda uma diferença, e um grupo de adolescentes que sorriu a resposta:
"Sempre em frente até ao hospital e vira à direita."
Agora sim, lá estão o hospital e a estrada que era suposto não ter perdido. E... estou em África. Aldeias cheias de miúdos, galinhas e porcos, muitos "adeuses" , muitos "branca, doce, doce", "érros", "dinhero", "bôlêa, ámiga" e muitos, muitos sorrisos.

Surgem as praias do norte, desertas, de águas deliciosamente mornas. A das Conchas, dos Tamarindos, a Lagoa Azul. Mais longe o padrão de Anambó assinala o desembarque dos portugueses. Em Santa Catarina no fim da estrada, sente-se a pobreza na quantidade de crianças a trabalhar em obras, nas crianças tão pequenas e tão grávidas. Um pouco mais à frente, um grupo de homens regressa da floresta com macacos mortos pendurados em varas.

Nas Neves o rio alegra-se com a roupa estendida sobre as pedras para corar e secar, acompanha-se a santola da praxe com uma cerveja Creoula, produzida ali mesmo.

Está-se bem em São Tomé...

segunda-feira, julho 20, 2009

Take me to the Moon

Foi há 40 anos

Queixinhas

20 ridiculous complaints made by holidaymakers

A tourist at a top African game lodge overlooking a waterhole, who spotted a visibly aroused elephant, complained that the sight of this rampant beast ruined his honeymoon by making him feel "inadequate".

A woman threatened to call police after claiming that she’d been locked in by staff. When in fact, she had mistaken the “do not disturb” sign on the back of the door as a warning to remain in the room.

"The beach was too sandy."

A guest at a Novotel in Australia complained his soup was too thick and strong. He was inadvertently slurping the gravy at the time.

"Topless sunbathing on the beach should be banned. The holiday was ruined as my husband spent all day looking at other women."

"We bought 'Ray-Ban' sunglasses for five euros (£3.50) from a street trader, only to find out they were fake."

"No-one told us there would be fish in the sea. The children were startled."

"It took us nine hours to fly home from Jamaica to England it only took the Americans three hours to get home."

"My fiancé and I booked a twin-bedded room but we were placed in a double-bedded room. We now hold you responsible for the fact that I find myself pregnant. This would not have happened if you had put us in the room that we booked."

"I compared the size of our one-bedroom apartment to our friends' three-bedroom apartment and ours was significantly smaller."

"The brochure stated: 'No hairdressers at the accommodation'. We're trainee hairdressers - will we be OK staying here?"

"There are too many Spanish people. The receptionist speaks Spanish. The food is Spanish. Too many foreigners."

"We found the sand was not like the sand in the brochure. Your brochure shows the sand as yellow but it was white."

"We had to queue outside with no air conditioning."

"It is your duty as a tour operator to advise us of noisy or unruly guests before we travel."

"I was bitten by a mosquito - no-one said they could bite."

"I think it should be explained in the brochure that the local store does not sell proper biscuits like custard creams or ginger nuts."

"It's lazy of the local shopkeepers to close in the afternoons. I often needed to buy things during 'siesta' time - this should be banned."

"On my holiday to Goa in India, I was disgusted to find that almost every restaurant served curry. I don't like spicy food at all."

"We booked an excursion to a water park but no-one told us we had to bring our swimming costumes and towels."

Fonte: Telegraph.co.uk
Fotografias da viagem a São Tomé 2009 e África 2006

segunda-feira, julho 13, 2009

A cidade capital

Não, não é Nova Iorque, apesar da confusão do trânsito e dos táxis amarelos. É, como dizem os santomenses, a cidade capital; uma aldeia grande que se espreguiça à volta da baía de Ana Chaves. E o verbo é mesmo este, "espreguiçar", que aqui o ritmo é o leve-leve imposto pelo calor húmido que faz com que a África se nos cole à pele.
No mercado, cheio de gentes, cores e cheiros, as vendedoras sentam-se no chão, junto aos montinhos de frutos ou legumes, e chamam: "Branca! Papaia? !, "Amiga" Banana? Manga?" Os miúdos estendem a mão, rolam os "erres" num "Érrros, branca!"

Cá fora os velhos táxis enchem-se de pessoas, sacos e galinhas e partem para Água Porca, Traz da Cadeia ou Oquê del Rei, deixando atrás de si uma nuvem de fumo escuro e espesso. Os moto-táxi serpenteiam por entre peões, buracos, carros e cães, buzinam, procuram clientes para uma visita ao museu do forte ou para o bairro popular do Riboque.

No Estúdio de Gravação escolhem-se as canções para um CD de música local, gravado na hora; procura-se a sombra de uma árvore para uns momentos de descanso.
Quando o sol se põe, pelas 18h, a cidade mergulha no sossego e na escuridão. A menos que seja sábado quando o suor e a música se misturam com a noite e os DJs impõem os ritmos do kandance e kizomba que invadem o corpo até à exaustão.

segunda-feira, julho 06, 2009

As cores de São Tomé


Um ponto verde a flutuar no azul do Atlântico, é isto São Tomé.
E o caos amarelo dos táxis que se amontoam junto ao mercado, o vermelho irreal das rosas de procelana, os verdes sombrios das florestas envolvidas em bruma, o arco-íris das roupas estendidas sobre as pedras negras dos rios, o castanho do "melhor chocolate do mundo", o branco refrescante de uma cascata, o laranja de um por-do-sol, os verdes exuberantes que escorregam até às praias de areias claras e águas turquesa. E o branco doce de um sorriso.